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Reator brasileiro retoma operação e produz radioisótopo para uso oncológico

Parceria entre Marinha do Brasil e IPEN resulta na capacitação de militares e na produção nacional de lutécio-177.

A Marinha do Brasil, em colaboração com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), retomou a operação contínua do reator de pesquisa IEA-R1, o maior da América Latina, após quase 15 anos.

O funcionamento ininterrupto do reator possibilitou a obtenção de três amostras de lutécio-177, radioisótopo utilizado no tratamento de tumores neuroendócrinos e câncer de próstata. Os testes realizados pelo Centro de Radiofarmácia do IPEN confirmaram a validação desse material, que até então era obtido majoritariamente por meio de importação.

Com a iniciativa, o Brasil passa a ter maior capacidade de gerar radioisótopos estratégicos, o que expande o acesso da população a alternativas terapêuticas em oncologia. A produção nacional de lutécio-177 representa um passo relevante para a Medicina Nuclear brasileira, reduzindo a dependência externa e abrindo novas possibilidades de aplicação clínica no país.

Outro ponto de destaque é a formação de militares para atuar em reatores nucleares. De acordo com a Agência Marinha de Notícias, os profissionais passaram por treinamento rigoroso, obtendo 100% de aprovação nos exames da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Atualmente, grupos de militares já se preparam para as etapas práticas de licenciamento, assegurando a continuidade do programa e a qualificação de novos quadros.

Para a Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (SBMN), Dra. Elba Etchebehere, a conquista representa um avanço para o país e é fruto de um trabalho conjunto que merece reconhecimento.

“Agradecemos à Marinha e ao IPEN/CNEN, em especial à Superintendente do IPEN, Profa. Isolda Costa, e ao Presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Júnior, pela dedicação na retomada do reator IEA-R1. A Medicina Nuclear ganha autonomia e os pacientes passam a dispor de terapias modernas contra o câncer”, afirma a Dra. Elba Etchebehere.

A parceria entre Marinha e IPEN evidencia a importância do setor nuclear brasileiro tanto no campo científico quanto no assistencial. A reativação do reator IEA-R1 viabiliza a produção de radioisótopos de interesse médico, ao mesmo tempo que impulsiona a expansão do conhecimento técnico e o desenvolvimento de recursos humanos altamente especializados.

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