Faleceu a Dra. Constância Pagano Gonçalves da Silva, pioneira no desenvolvimento da primeira radiofarmácia pública do Brasil, no IPEN/CNEN — um marco essencial para o avanço da Medicina Nuclear em nosso país.
A trajetória da Dra. Constância foi marcada pela ousadia, determinação, coragem, rigor científico, incentivo à inovação e, sobretudo, pioneirismo. Ao longo de mais de 60 anos de dedicação, liderou com excelência a radiofarmácia do IPEN/CNEN, sempre guiada pela responsabilidade com a saúde dos pacientes.
Atuando entre 1958 e 1995 e depois de 1997 a 2012, a Dra. Constância tornou-se símbolo de comprometimento e excelência científica. Destacou-se, ainda, como mulher à frente de seu tempo, exercendo uma liderança firme e inspiradora em um ambiente majoritariamente masculino. Na década de 1960, teve papel decisivo na produção nacional de Iodo-131, fundamental para o tratamento de doenças da tireoide.
Graduada em Química (1951) e licenciada em 1965, concluiu o Mestrado em Tecnologia Nuclear (1970) e o Doutorado em Química Inorgânica (1974), ambos na USP. Iniciou sua carreira na Divisão de Radioquímica do Instituto de Energia Atômica – IEA/USP (atual IPEN/CNEN), onde coordenou a construção de um complexo de prédios inaugurado em 1974, destinados à produção regular de radiofármacos. Nascia, assim, a primeira radiofarmácia pública do Brasil.
A Medicina Nuclear Brasileira tem profundo orgulho da história e do legado deixado por essa grande radioquímica, a Dra. Constância Pagano. Neste momento de dor, expressamos nossos mais sinceros sentimentos aos familiares, amigos e a toda a comunidade da área nuclear.