Nosso país não oferece estímulo adequado à educação continuada e pesquisa na área de Medicina Nuclear, cabendo a nós, profissionais da especialidade em conjunto com os especialistas de áreas correlatas, promover esse avanço. A fala é da Profa. Dra. Elba Etchebehere, médica nuclear e presidente do Comitê Científico do XXXI Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, realizado em Florianópolis (SC).
Promovendo um encontro entre o “estado da arte” da Medicina Nuclear global, o CBMN 2017 reuniu cerca de 150 palestrantes, sendo 24 deles vindos da Europa (Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda e Itália), América do Norte (Canadá, Estados Unidos e México), América do Sul (Argentina, Chile, Uruguai e Peru) e África do Sul.
Segundo o Dr. Fábio Ribeiro, presidente do evento, “a localização do congresso foi ideal. O Costão do Santinho, em Florianópolis, permitiu a integração dos participantes e convidados internacionais não somente em salas de aula, mas após o término das atividades no Resort, proporcionando o fortalecimento e união da especialidade”.
“Outro aspecto que nos chamou atenção positivamente foi a qualidade dos trabalhos científicos apresentados em diversas áreas da Medicina Nuclear”, comentou Elba Etchebehere
Na visão da organização do evento e da diretoria da entidade, os órgãos federais que autorizam e fiscalizam a prática da Medicina Nuclear no Brasil precisam dar uma atenção maior à especialidade. Durante as reuniões, discutiu-se largamente a necessidade de garantir acesso – à maior parte da população – a procedimentos com eficácia cientificamente comprovada, mas que esbarram em longos processos burocráticos, falta de atenção e estrutura adequada.
Ainda durante o Congresso, a organização abriu espaço para ouvir dúvidas e anseios dos futuros médicos nucleares presentes no evento, bem como para debater com produtores de radiofármacos e equipamentos os entraves enfrentados no exercício da especialidade. Neste sentido, ao longo da programação, a diretoria da SBMN decidiu providenciar uma carta aberta de apoio à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e seus Institutos, em que ressalta a necessidade de um olhar mais criterioso aos recursos humanos e financeiros em prol do desenvolvimento e desburocratização dos processos.
“Após diversas reuniões com toda a cadeia envolvida na prática da Medicina Nuclear brasileira, encerramos o Congresso com uma grande lista de tarefas, às quais estaremos empenhados em dar o andamento que nos propomos a desenvolver e apoiar, a fim de promover um crescimento mais acelerado da nossa especialidade”, finalizou o presidente da SBMN, Prof. Dr. Juliano Cerci.
Sobre o Congresso
Com a presença de mais de 500 participantes, o CBMN 2017, organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), encerrou suas atividades no último sábado (4), após três dias de intensa programação científica e reuniões entre representantes da entidade, órgãos públicos, produtores de radiofármacos e equipamentos.
Em 2018, o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear acontecerá em São Paulo. E, seguindo seu caráter itinerante, a edição 2019 será em Porto Alegre.
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