Governo Federal é alertado sobre riscos à saúde pública e urgência na normalização dos atendimentos.
A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (SBMN) enviou, no dia 21 de maio, Carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a oito Ministérios, em conjunto com a Associação Médica Brasileira (AMB) e outras entidades da área da saúde e representação de pacientes. O documento expressa preocupação com o cenário crítico enfrentado pela Medicina Nuclear no país e solicita providências para a continuidade de atendimentos essenciais.
O foco central é a intermitência no fornecimento de radioisótopos e radiofármacos, insumos indispensáveis para a realização de exames e terapias utilizados no diagnóstico e no acompanhamento de doenças como câncer, enfermidades cardíacas, neurológicas e outras condições de alta complexidade.
Dados apresentados ao Governo Federal mostram que o Brasil realiza cerca de 60% menos procedimentos de Medicina Nuclear do que nações com perfis econômicos e sociais semelhantes, como Índia, África do Sul, Argentina, México e Chile, o que indica um atraso no acesso a tecnologias avançadas.
Diante da gravidade da situação, as instituições solicitam medidas urgentes ao Governo, incluindo autorização excepcional da ANVISA para importação emergencial, investimento na modernização do IPEN, apoio a novas fontes de fornecimento com boas práticas e prioridade no transporte aéreo dos materiais perecíveis.
“A situação da Medicina Nuclear brasileira é extremamente preocupante e requer uma resposta rápida do Estado. Estamos lidando com pacientes que dependem desses exames e terapias para avaliações precisas e tratamentos eficientes. Não é admissível conviver com a instabilidade no fornecimento”, afirma a Presidente da SBMN, Dra. Elba Etchebehere.
O Vice-Presidente da SBMN, Dr. Paulo Almeida, reforça a prioridade da pauta: “a dependência de um único fornecedor e a ausência de planejamento estratégico têm comprometido o bom funcionamento dos serviços, particularmente os de menor porte”. Para ele, a Carta apresenta medidas objetivas para evitar a paralisação definitiva de alguns centros de Medicina Nuclear.
Com o protocolo da solicitação, as entidades aguardam uma atuação mais firme do Governo Federal na reestruturação da cadeia produtiva da Medicina Nuclear no país. O objetivo é garantir à população brasileira o acesso a recursos diagnósticos e terapêuticos já consolidados em vários sistemas de saúde ao redor do mundo.
A íntegra da Carta enviada à Presidência e Ministérios pode ser consultada neste link.