WFNMB: Pela primeira vez, Brasil é representado em chapa candidata à eleição do Comitê Executivo


Claudio Tinoco Mesquita, atual presidente da SBMN, está concorrendo ao cargo de tesoureiro da gestão 2019-2021 da World Federation of Nuclear Medicine and Biology (WFMNB). Esta é a primeira vez que se tem registro de um brasileiro integrar uma chapa candidata e poder se tornar membro da diretoria da Federação

Publicado em 5/08. Atualizado em 18/08

 

CTM_WFNMBNo dia 3 de agosto foi oficializada pelo atual secretário geral da Federação, Sze-Ting Lee, a candidatura de Mesquita ao cargo de tesoureiro, ao lado de Jean-Luc Urbain (Canadá), que sairá como presidente, e de Sanjay Gambhir, da Índia como secretário geral. Juntos, formam o “team BIC” (time BIC – que forma as iniciais dos três países).

Mesquita compreende que esta oportunidade pode ser uma maneira de ampliar o espectro de ações que vem sendo desenvolvidas no Brasil, no sentido de promover e fortalecer o papel do país e da América Latina no cenário da Medicina Nuclear global. “Tenho especialmente o desejo de que tenhamos um Congresso da WFNMB no Brasil”, revelou ele.

O processo eleitoral terá início no dia 12 de agosto, com a apresentação individual dos candidatos publicada no site da Federação. No período de 13 de setembro a 13 de outubro será realizada a votação online. O resultado da eleição será em 17 de outubro, durante a Assembleia Geral WFNMB, a ser realizada no Congresso Anual da European Association of  Nuclear Medicine (EANM 2016).

Com apoio total dos companheiros de diretoria da SBMN e de seus colegas, amigos, e família, Tinoco esclareceu por meio de mensagem os motivos pelos quais ele decidiu aceitar a proposta, que segundo ele partiu de Jean-Luc Urbain. Caso eleito, Tinoco assume o posto de tesoureiro no período de 2019 a 2021.

Confira abaixo trecho da mensagem de Tinoco:

Rio de Janeiro, 03 de agosto de 2016

Tenho trabalhado com Medicina Nuclear nas últimas duas décadas. Ao longo destes anos pude acompanhar uma especialidade vibrante e em forte transformação. O desenvolvimento de um novo tipo de hardware com os equipamentos híbridos (PET CT, PET-RM, SPECT CT), é apenas parte desta grande metamorfose que a medicina nuclear vem passando: (1) novos traçadores como Florbetapir, Ga68-PSMA, Ga68Dotatate; (2) ensaios multicêntricos randomizados para incorporação tecnológica (vide o estudo NETTER-1 para tumores neuroendócrinos e Alsympca para o Radio223); (3) a busca por exames mais rápidos e mais seguros, com a vinda do CZT e novos hardwares; (4) a Teragnose, com mecanismos fisiopatológicos permitindo tratamentos com Lutécio e os novos emissores alfa e (5) a multidisciplinaridade com interação crescente com radiologistas, radioterapeutas, oncologistas clínicos, cirurgiões, cardiologistas na busca de melhores protocolos e melhores práticas.

Ao participar de atividades dentro e fora do Brasil percebi o quanto a prática de medicina nuclear é heterogênea e fortemente assimétrica, em especial no Terceiro Mundo, destacando-se o Brasil que têm perto de 500 serviços de medicina nuclear e uma população de mais de 200 milhões de pessoas.  Várias são as barreiras a serem vencidas para a boa prática clínica da medicina nuclear: (1) a ausência de protocolos estabelecidos por escrito, (2) escassez na disponibilidade de radiofármacos novos e mesmo consagrados (MAG3, TETROFOSMIN, ULTRATAG); (3) deficiências da formação clínica formais em diversas áreas como físicos, radiofarmácia, e tecnológicos; (3) ausência de níveis de referência da exposição à radiação; (4) defasagem no reembolso dos exames e forte assimetria na oferta para parcelas significativas da população e (5) ausência de capacitação focada nas melhores práticas clínicas, são alguns dos principais problemas que estamos enfrentando. Uma das instituições que mais apoiam o enfrentamento destas dificuldades é Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) que tem suportado intensamente a melhoria da nossa prática da medicina nuclear.

O período em que tenho tido a oportunidade de participar da gestão da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear tem sido de grande crescimento pessoal, pois me permitiu conhecer colegas e fazer amigos dentro e fora do Brasil que têm um entusiasmo genuíno com a especialidade. Muitos deles compartilham desta visão e tem buscado esta transformação, em que se promova uma melhoria sustentável da especialidade. Agradeço especialmente aos meus colegas e amigos que tem partilhado desta gestão à frente da SBMN ao meu lado, bem como os nossos colaboradores.

Estes são os motivos que me fizeram aceitar o convite feito pelo colega do Canadá, Jean-Luc Urbain, candidato a presidente da WFNMB que tem sido um grande colega e colaborador nesta visão de um mundo global em que todos precisam colaborar.  Espero que a possibilidade de concorrer a esta posição de tesoureiro na WFNMB possa ser uma maneira de ampliar este espectro de ações que temos promovido e fortalecer o papel do nosso país e da America Latina no cenário da Medicina Nuclear global. Tenho especialmente o desejo de que tenhamos um Congresso da WFNMB no Brasil.

Conto muito com vocês. Peço a ajuda de todos para fazer mais este sonho se concretizar!

Um abraço, Claudio T. Mesquita

 

 

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