Homenagens marcam cerimônia de abertura do 30º CBMN

15036275_1244963705576140_1133766954368241606_nMais de 500 médicos nucleares e profissionais de áreas correlatas prestigiaram a cerimônia de abertura do 30º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, realizada no Hotel Caeser Business Faria Lima, em São Paulo, no dia 12 de novembro.

Compuseram a mesa diretiva a presidente do Congresso, Letícia Rigo; o gerente e diretor do Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares (IPEN), Jair Mengati; o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Claudio Tinoco Mesquita; o presidente do Conselho Consultivo da SBMN, Celso Darío Ramos; e o diretor do Comitê Científico do Congresso, Sérgio Altino.

Durante a solenidade, o Prof. Dr. João Eduardo Oliveira Irion foi homenageado e recebeu com emoção uma placa do presidente da SBMN, Claudio Tinoco Mesquita, por suas contribuições ao desenvolvimento e fortalecimento da medicina nuclear.

Assista ao depoimento do Prof. Irion

Em seguida, a SBMN foi condecorada. José Augusto Perrota, da Coordenação Geral de Ciência e Tecnologia Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), entregou a medalha “Prêmio Otacílio Cunha” à Sociedade pelas mãos do presidente Claudio Tinoco Mesquita.

A premiação é considerada a maior honraria concedida pela CNEN e representa o reconhecimento pelas contribuições no crescimento e difusão do uso da energia nuclear em benefício da população.

Na ocasião, houve ainda a divulgação da lista de aprovados no exame para obtenção do Título de Especialista em Medicina Nuclear, realizado no dia 24 de maio, e a outorga concedida pelo presidente da SBMN, Tinoco Mesquita.

O 30º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear acontece no Hotel Caeser Business Faria Lima, em São Paulo, entre os dias 12 e 14 de novembro. Confira a programação: https://goo.gl/1Nz6u2

Fazer 30 anos

Durante sua fala, Jair Mengatti  (foto/com o microfone), do IPEN, fez uma menção a um poema de Affonso Romano Sant’Anna – chamado “Fazer 30 anos” e, em homenagem aos 30 anos de Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear compartilhou com todos o seguinte texto:

QUATRO pessoas, num mesmo dia, me dizem que vão fazer 30 anos. E me anunciam isto com uma certa gravidade. Nenhuma está dizendo: vou tomar um sorvete na esquina, ou: vou ali comprar um jornal. Na verdade estão proclamando: vou fazer 30 anos e, por favor, prestem atenção, quero cumplicidade, porque estou no limiar de alguma coisa grave.

Antes dos 30 as coisas são diferentes. Claro que há algumas datas significativas, mas fazer 7, 14, 18 ou 21 é ir numa escalada montanha acima, enquanto fazer 30 anos é chegar no primeiro grande patamar de onde se pode mais agudamente descortinar.

Fazer 40, 50 ou 60 é um outro ritual, uma outra crônica, e um dia eu chego lá. Mas fazer 30 anos é mais que um rito de passagem, é um rito de iniciação, um ato realmente inaugural. Talvez haja quem faça 30 anos aos 25, outros aos 45, e alguns, nunca. Sei que tem gente que não fará jamais 30 anos. Não há como obrigá-los. Não sabem o que perdem os que não querem celebrar os 30 anos. Fazer 30 anos é coisa fina, é começar a provar do néctar dos deuses e descobrir que sabor tem a eternidade. O paladar, o tato, o olfato, a visão e todos os sentidos estão começando a tirar prazeres indizíveis das coisas. Fazer 30 anos, bem poderia dizer Clarice Lispector, é cair em área sagrada.

Até os 30, me dizia um amigo, a gente vai emitindo promissórias. A partir daí é hora de começar a pagar. Mas também se poderia dizer: até essa idade fez-se o aprendizado básico. Cumpriu-se o longo ciclo escolar, que parecia interminável, já se foi do primário ao doutorado. A profissão já deve ter sido escolhida. Já se teve a primeira mesa de trabalho, escritório ou negócio. Já se casou a primeira vez, já se teve o primeiro filho. A vida já se inaugurou em fraldas, fotos, festas, viagens, todo tipo de viagens, até das drogas já retornou quem tinha que retornar.

Quando alguém faz 30 anos, não creiam que seja uma coisa fácil. Não é simplesmente, como num jogo de amarelinha, pular da casa dos 29 para a dos 30 saltitantemente. Fazer 30 anos é cair numa epifania. Fazer 30 anos é como ir à Europa pela primeira vez. Fazer 30 anos é como o mineiro vê pela primeira vez o mar.

Um dia eu fiz 30 anos. Estava ali no estrangeiro, estranho em toda a estranheza do ser, à beira-mar, na Califórnia. Era um homem e seus trinta anos. Mais que isto: um homem e seus trinta amos. Um homem e seus trinta corpos, como os anéis de um tronco, cheio de eus e nós, arborizado, arborizando, ao sol e a sós.

Na verdade, fazer 30 anos não é para qualquer um. Fazer 30 anos é, de repente, descobrir-se no tempo. Antes, vive-se no espaço. Viver no espaço é mais fácil e deslizante. É mais corporal e objetivo. Pode-se patinar e esquiar amplamente.”

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