SBMN
SBMN

No 36° Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear (CBMN), três trabalhos científicos foram premiados na categoria Temas Livres.

 

A SBMN faz uma menção honrosa aos vencedores e parabeniza seus autores pela participação e apresentação dos trabalhos, que são de grande importância para a especialidade.

 

Os premiados foram: 

 

1° Paulo Rosado – Aumento da atividade imunometabólica pulmonar em sobreviventes de COVID-19

 

2° Bruno Ghini – A melhor região referência para quantificação com trodat é mesmo o córtex occipital?

 

3° Lucas Cândido – Avaliação da exequibilidade da biópsia de linfonodo sentinela em pacientes com melanoma previamente submetidos à dissecção linfonodal completa da mesma topografia

 

1° LUGAR 

 

Tema do trabalho: PET/CT E PET/MR

 

Subtema do trabalho: TRABALHOS CIENTÍFICOS (TEMAS LIVRES)

 

Aumento da atividade imunometabólica pulmonar em sobreviventes de COVID-19

 

PAULO HENRIQUE ROSADO DE CASTRO1; GABRIEL MOTTA RIBEIRO2; MIRIAM MENNA BARRETO3; SÉRGIO ALTINO DE ALMEIDA1; REMY MARTINS GONÇALVES2; EUGENIO DAMASCENO HOTTZ2; PATRÍCIA TORRES BOZZA2; FERNANDO AUGUSTO BOZZA2; ALYSSON RONCALLY SILVA CARVALHO3; ROSANA SOUZA RODRIGUES1. 1. INSTITUTO D’OR DE PESQUISA E ENSINO, RIO DE JANEIRO – RJ – BRASIL; 2. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, RIO DE JANEIRO – RJ – BRASIL; 3. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO – RJ – BRASIL.

 

Objetivo: Quantificamos a atividade metabólica glicolítica pulmonar, sintomas clínicos e inflamação, coagulação e biomarcadores de ativação endotelial em sobreviventes de pneumonia pela COVID-19.

 

Métodos: Adultos previamente hospitalizados com pneumonia por COVID-19 moderada a grave foram incluídos prospectivamente. Os indivíduos preencheram um questionário sobre as consequências clínicas, realizaram tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada (PET/CT) com 18F-fluoro-2-desoxi-d-glicose (FDG-18F) e forneceram amostras de sangue no mesmo dia. Quarenta e cinco voluntários serviram como controles.

 

Análise de imagens de CT e análise quantitativa baseada em voxel de imagens de PET/CT foram realizadas para ambos os grupos. A captação de FDG-18F em todo o volume pulmonar e em áreas de alta e baixa atenuação foi calculada e normalizada para valores hepáticos. A quantificação de marcadores plasmáticos de inflamação (interleucina-6), D-dímero e ativação de células endoteliais (angiopoietinas 1 e 2, molécula-1 de adesão celular vascular e molécula-1 de adesão intercelular) também foi realizada.

 

Resultados: Foram incluídos 53 sobreviventes de COVID-19 (62,3% do sexo masculino; idade média, 50 anos). Todos os sobreviventes relataram pelo menos um sintoma persistente e 41,5% relataram mais de seis sintomas. A densidade pulmonar média foi maior nos sobreviventes do que nos controles, e mais atividade metabólica foi observada em áreas pulmonares normais e densas, mesmo meses após o início dos sintomas. As concentrações plasmáticas de biomarcadores pró-inflamatórios, coagulação e ativação endotelial também foram significativamente maiores nos sobreviventes.

 

Conclusão: Observamos mais atividade metabólica em áreas de atenuação pulmonar alta e normal vários meses após pneumonia por COVID-19 moderada a grave. Além disso, os marcadores plasmáticos de tromboinflamação e ativação endotelial persistiram. Esses achados podem ter implicações para nossa compreensão da patogênese in vivo e dos efeitos duradouros da pneumonia por COVID-19.

 

Palavras-chave: Pneumonia COVID-19; Inflamação pulmonar; COVID longa.

 

2° LUGAR

 

Tema do trabalho: MEDICINA NUCLEAR CONVENCIONAL E SPECT/CT

 

Subtema do trabalho: TRABALHOS CIENTÍFICOS (TEMAS LIVRES)

 

A MELHOR REGIÃO DE REFERÊNCIA PARA QUANTIFICAÇÃO COM TRODAT É MESMO O CÓRTEX OCCIPITAL?

 

BRUNO GALAFASSI GHINI1; PEDRO FERNANDO DE MELO CAVALCANTE2; MARIAN BEATRICE LOURENÇO MARTINS1; JENIFFER SILVA ABREU DE CARVALHO2; JANAÍNA FRANÇA DE MAGALHÃES SOUTO2; GUSTAVO DO VALE GOMES2; MARCELO DO VALE GOMES2; ÊNIO DE FREITAS GOMES2. 1. NÚCLEOS RADIOLOGIA E MEDICINA NUCLEAR, JUIZ DE FORA – MG – BRASIL; 2. NÚCLEOS RADIOLOGIA E MEDICINA NUCLEAR, BRASÍLIA – DF – BRASIL.

 

Objetivo: A reprodutibilidade da quantificação da extração de TRODAT-1-99mTc pelos corpos estriados é de suma importância para a confiabilidade do método, porém sua padronização está longe de consenso. Mesmo dados de normalidade na população brasileira são escassos e metodologicamente diferentes, embora usando o córtex occipital como referência. Para se realizar a quantificação de um traçador numa determinada região é necessário haver uma referência de captação em outra região, comumente chamada de BG. Dentre as características desejáveis nesse BG está a pouca ou nenhuma variação nas populações normal e patológica. Procuramos definir qual região cortical dentro do atlas AAL (Automated Anatomical Labeling) apresenta menor variabilidade em população heterogênea submetida a cintilografia com TRODAT-1-99mTc.

 

Materiais e métodos: Todas as quantificações automáticas com TRODAT-1-99mTc realizadas em diferentes instituições brasileiras no período de 29/05/2017 a 20/06/2022, compreendendo 260 indivíduos do sexo masculino e 309 do sexo feminino, idade variando entre 16 e 93 anos (média 68,4). Cada imagem reconstruída foi corregistrada e normalizada para um template dentro do sistema de coordenadas MNI (Montreal Neurological Institute) usando-se SPM (Statistical Parametric Mapping). Como referência de estruturas corticais e subcorticais usou-se o atlas AAL. As contagens de diferentes regiões de referência (BG) foram comparadas à totalidade da imagem (TV) e à totalidade do mapa AAL (TA). Para essas relações foram calculadas média, desvio-padrão e coeficiente de variação para cada BG.

 

Resultados: As regiões que apresentaram menor coeficiente de variação usando TV como referência foram: occipital (7,83%), frontais laterais (8,56%), temporais laterais (8,65%), halo cortical (8,78%), cerebelo (8,82%) e área motora (9,1%). Usando TA como referência, os resultados foram: halo cortical (5,1%), temporais laterais (5,53%), occipital (5,78%), frontais laterais (6,92%), área motora (7,3%) e cerebelo (9,99%).

 

Conclusões: A região occipital, usada comumente como referência nos diferentes protocolos de quantificação, apresenta resultados satisfatórios de variação na população examinada, sendo porém inferior ao córtex temporal lateral e ao halo cortical.

 

Palavras-chave: TRODAT-1-99mTc;QUANTIFICAÇÃO;SPECT CT.

 

3° LUGAR 

 

Tema do trabalho: MEDICINA NUCLEAR CONVENCIONAL E SPECT/CT

 

Subtema do trabalho: TRABALHOS CIENTÍFICOS (TEMAS LIVRES)

 

AVALIAÇÃO DA EXEQUIBILIDADE DA BIÓPSIA DE LINFONODO SENTINELA EM PACIENTES COM MELANOMA PREVIAMENTE SUBMETIDOS A DISSECÇÃO LINFONODAL COMPLETA DA MESMA TOPOGRAFIA

 

LUCAS DIAS CANDIDO1; DENISE FERREIRA RODRIGUES1; ANA PAULA DRUMMOND-LAGE2; ALBERTO JULIUS ALVES WAINSTEIN2. 1. AXIAL / NUCLEAR MEDCENTER, BELO HORIZONTE – MG – BRASIL; 2. FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS – FCMMG, BELO HORIZONTE – MG – BRASIL.

 

OBJETIVOS: Avaliar a exequibilidade de realizar biópsia de linfonodo sentinela (BLS) em pacientes com melanoma após uma linfadenectomia completa da mesma região nodal. MATERIAIS E MÉTODOS: Um banco de dados de 838 pacientes com melanoma foi avaliado. Destes, seis pacientes, foram identificados com história prévia de dissecção linfonodal completa (DLC) como tratamento padrão para melanoma, tumores de mama ou tireoide, e desenvolveram um segundo tumor primário ou recorrência de melanoma cutâneo nas mesmas extremidades previamente submetidas a DLC. Todos esses pacientes tinham critérios para realizar BLS, mas não há relato científico que comprove a realização deste procedimento nesta situação. Eles foram submetidos a linfocintilografia pré-operatória para localizar os linfonodos sentinelas (LS), em seguida, foram submetidos a cirurgia radioguiada, e os LS excisados foram avaliados por um patologista. RESULTADOS: Todos os seis pacientes (100%) tiveram seus LS localizados pela linfocintilografia e removidos. 

 

Destes, três pacientes (50%) apresentaram metástase nos LS excisados. Demonstrando que o desempenho da BLS nesse cenário não só foi viável, mas potencialmente benéfico para alguns pacientes, fornecendo informações prognósticas. Isso pode impedir que eles sejam subestimados e sejam candidatos a receber tratamentos adjuvantes, como imunoterapia, terapia alvo ou cirurgia. Nenhum dos pacientes submetidos a BLS pós-DLC apresentou morbidade significativa ou complicações diferentes em relação a BLS regular. Acreditamos que BLS é uma abordagem segura e válida nesta população específica. 

 

Tumores primários podem induzir linfangiogênese e novos caminhos de vasos linfáticos são desenvolvidos. Com base nesse conceito, duas grandes hipóteses podem ser abordadas. Na primeira, após a DLC, pequenos vasos linfáticos aumentam de tamanho para auxiliar na drenagem linfática do membro operado. Como não há linfonodos, a drenagem linfática é conduzida para a próxima cadeia, ou seja, da cadeia inguinal/femoral para a cadeia ilíaca, dos níveis axilares I e II para o nível III. No segundo, tumores secundários ou recidivas produzem fatores de crescimento, anteriormente conhecidos como fatores de angiogênese, como o PDGF-β e o VEGF-A. CONCLUSÃO: A BLS com drenagem esperada para regiões previamente submetidas a DLC é um procedimento seguro e eficaz. A BLS detectou linfonodos metastáticos em 50% dos casos nesta coorte, fornecendo informações essenciais para o prognóstico e tratamento para este grupo de pacientes

 

Palavras-chave: melanoma;biópsia de linfonodo sentinela; linfocintilografia.

Share on facebook
Share on google
Share on twitter
Share on linkedin
SBMN © Copyright 2019. Todos os Direitos Reservados.